sexta-feira, 8 de abril de 2011

A Lenda Verdadeira do Oceano que Engole Pessoas

Talvez seja hora de retornar para onde me auto-destruí. Sempre fui fraco à olhos terceiros, e isso gerou desconfiança por parte de pessoas próximas para comigo. A confusão se tornara tão forte e amarga que decidí me afogar em meu casulo angustiante, agonizando por liberdade e buscando sempre oxigênio para poder respirar. Ninguém perguntou, mas aqui vai a resposta: Descobrí que aqui embaixo, no mais profundo e obscuro esconderijo das águas também há oxigênio. É uma substância tóxica, mas ainda assim dá para respirar. O oceano segue me engolindo, extorquindo minha paz e sono. Aqui não há luz, tampouco A Luz. Não há piedade e nem felicidade. Aqui encontrei pessoas que me deram uma máscara, usada por mim desde então. Enquanto as águas acariciam minha cabeça e seguem me envenenando, permanece a pergunta: Por que ao invés de me salvarem, desejam cada vez mais o meu fracasso para que, no futuro, possam dizer que "sempre me avisaram" sobre o oceano  decaído e enganoso? Só queria uma bóia para que pudesse flutuar de volta ao caminho estreito, mas continuo me afundando ainda mais, involuntariamente, direto para o trecho mais obscuro, chamado de lar por muitos. Os calafrios avisam a hora de voltar, mas minhas correntes em forma de palavras amigas são meu pior pesadelo. A falsa impressão de liberdade está longe de ser verdadeira. Por fim, repito: Talvez seja hora de retornar para onde me auto-destruí; contudo, estou atolado nesse enorme lamaçal em forma de caverna sem fundo, prosseguindo ao abismo sem olhar para trás. Só um milagre poderia me entregar à superfície novamente. Venha me buscar, milagre, pois não sei nadar (...)